O prefeito da cidade polonesa de Gdansk, Pawel Adamowicz, morreu nesta segunda-feira (14), um dia após ser esfaqueado diante de centenas de pessoas durante um evento de caridade.
“Não conseguimos vencer”, disse o ministro da Saúde, Lukasz Szumowski, de acordo com a rede TVN, citada pela agência Reuters.
“Apesar de todos os nossos esforços, não conseguimos salvá-lo”, disse Tomasz Stefaniak, médico que operou o prefeito no hospital universitário de Gdansk, citado pela agência PAP.
O ataque ocorreu pouco antes das 20h do horário local. O agressor invadiu o palco onde Adamowicz estava, o atacou com uma faca grande e exibiu a arma ao público.
Depois, ele pegou o microfone e afirmou, de acordo com a agência France Presse, que foi injustamente levado para a cadeia pelo governo anterior, que o teria “torturado” na prisão. “É por isso que Adamowicz vai morrer”, afirmou. O Plataforma Cívica (PO), partido do governo anterior, apoiou a reeleição de Adamowicz no município, em 2018.
O agressor foi detido logo depois do crime por agentes de segurança, sem resistência.
Cirurgia
Adamowicz foi reanimado no local antes de ser transferido para o hospital universitário. Ele passou por uma cirurgia e, até a manhã desta segunda, lutava entre a vida e a morte, segundo os médicos. Ele foi submetido a transfusão de sangue.
O médico cirurgião Tomasz Stefaniak disse a repórteres que sua condição era “muito séria” e que as horas seguintes eram “decisivas”. “Adamowicz sofreu uma lesão grave no coração e outras lesões no diafragma e órgãos da cavidade abdominal”, explicou o médico.
Adamowicz, de 53 anos, era prefeito da cidade portuária de Gdansk desde 1998. O evento fazia parte de uma campanha de arrecadação de fundos para a compra de equipamentos para hospitais.
Agressor
Segundo um porta-voz da polícia de Gdansk, o agressor é um homem de 27 anos que vive na cidade báltica de cerca de meio milhão de habitantes.
Vários meios de comunicação informaram que o suspeito cumpriu uma sentença de cinco anos de prisão por quatro ataques armados contra bancos de Gdansk e que sua saúde mental teria sido seriamente afetada na prisão.
A investigação aberta pela polícia se concentrará na identificação dos “meios” que permitiram ao agressor acessar o palco.