A operação Cidade Luz, desencadeada nesta segunda-feira, 24, com o objetivo de desarticular um suposto esquema criminoso de desvio de recursos públicos na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), em Natal, concentrou o cumprimento de mandados de busca, apreensão e prisões contra empresários e ex-gestores da pasta.
Apesar de, segundo o Ministério Público Estadual (MP), o esquema estar perdurando desde 2008, o que inclui a anterior e a atual administrações do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), o chefe do Executivo municipal não foi um dos principais alvos da operação.
Contudo, de acordo com o que reportagem do Portal Agora RN/Agora Jornal pôde apurar, o prefeito de Natal pode ter muito mais envolvimento com os atos ilícitos do que se imagina. Isso porque o prefeito Carlos Eduardo tem ligações muito próximas com as empresas acusadas de formarem um cartel para monopolizar a gestão de contratos com a Semsur e, para isso, pagarem propina aos gestores da secretaria. O MP estima que foram desviados no esquema R$ 22.030.046,46.
Dados da Controladoria Geral do Município de Natal demonstram que, entre os anos de 2013 e 2017, as empresas Alclog, Ancar, Enertec, FGTech, Geosistemas, Lançar, Real Energy e Servlight, todas sediadas em Pernambuco, foram beneficiárias de pagamentos no montante de R$ 73.433.486,86 de contratos superfaturados com a Semsur.
O prefeito Carlos Eduardo teria ligações estreitas com a maioria das empresas, especialmente com a Lançar Construtora e Incorporadora LTDA, da qual o pedetista seria sócio oculto, juntamente com os empresários Maurício Custódio Guarabyra e Epaminondas da Fonseca Ramos Júnior. O chefe do Executivo da capital teria, segundo a apuração da reportagem, maior proximidade com Epaminondas. Tanto ele quanto Guarabyra foram presos temporariamente ontem após determinação do juiz de Direito Auxiliar José Armando Ponte Dias Junior, da 7ª Vara Criminal de Natal.
Agora RN